Não é por falta de aviso que Washington enfrenta agora a ameaça de uma guerra comercial. A imposição de taxas sobre a importação daqueles produtos visava sobretudo as compras à China, mas países tradicionalmente aliados dos EUA, como o Canadá (que é de resto o maior fornecedor dos norte-americanos) e outros estados europeus serão igualmente afectados pela política proteccionista defendida pela Administração Trump. “Vamos impor taxas nas importações de aço e alumínio”, garantiu o Presidente norte-americano durante a reunião com os executivos da indústria metalúrgica. “Algures na próxima semana irei assinar [a ordem]. E vamos estar protegidos pela primeira vez em muito tempo”, salientou.»
in Público
Depois de ameaçar o NAFTA, de abandonar o Acordo Comercial Ásia-Pacífico e de pressionar a China, a administração norte-americana lança mais nuvens sobre o comércio internacional, abrindo agora uma frente da sua guerra comercial, desta vez promete cobrar taxas elevadas na importação de aço e alumínio.
Se o quadro das relações comerciais da EU já estava ensombrado com o Brexit e o novo alinhamento do Reino Unido com os EUA, esta ameaça norte-americana pode desencadear uma guerra comercial, pondo em causa muitos dos progressos alcançados na ultima década com as negociações multilaterais promovidas no quadro da Organização Mundial de Comércio.
Ainda é cedo para se perceber se o objetivo dos EUA é mesmo aplicar aquelas taxas de direitos aduaneiros ou se pretende fazer pressão no sentido de obter ganhos no quadro de negociações com a EU. Uma coisa é evidente, estas ameaças aumentam a incerteza e esta é um grande inimigo dos investimentos. A ameaça de uma guerra comercial alargada a outras gamas de mercadorias vai levar ao congelamento de muitos investimentos dos dois lados do Atlântico e isso é mau para o comércio internacional e para o crescimento das economias.